JESUS O FILHO DE DEUS.

As tradições religiosas dos países circunvizinhos da Palestina estão presentes no judaísmo, que as transmitiu para o cristianismo. E toda religião da antiguidade é mitológica. Muitos teólogos cristãos antigos colocaram em suas elucubrações ideias mitológicas. E o pior é que tais ideias são sustentadas por eles até hoje, o que intensifica o materialismo no Ocidente. A palavra-base da mitologia é mito, sinônimo de fábula e de mentira. Mitomania é mania de mentir. E a mitologia tornou-se importante nos trabalhos eruditos modernos, como subsídio da ciência da história das religiões. As narrações mitológicas devem ser entendidas como metáforas - e não literalmente. E é por isso que a Bíblia, que recebeu também influências mitológicas, tem muitos textos que não podem ser interpretados literalmente.Na Bíblia, nós, espíritos humanos encarnados e desencarnados, somos chamados de filhos de Deus e também de deuses (Salmos 82, 6; João 10,34; e 1 Samuel 28,13). E Jesus, é óbvio, é também Filho de Deus e Deus, mas relativo. Sim, tanto Jesus como nós somos deuses relativos, pois Deus absoluto é só um (1 Timóteo 2,5), ou seja, o que é Pai e Mãe de todos nós. Porém, por Jesus ser um Filho especialíssimo de Deus e por influência da mitologia, os teólogos O transformaram em outro Deus absoluto. Também por influência da mitologia, criaram até mãe para Deus ("Teotokos"). Mas Maria é apenas Mãe de Jesus ("Cristotokos"). É até blasfêmia falar que Deus tem mãe! E, exatamente porque Jesus tem mãe, Maria Santíssima, Mãe da Humanidade, Ele não é Deus absoluto. O Verbo era Deus (relativo, porque foi criado ou gerado) e estava com Deus (absoluto, porque é incriado ou ingerado). Jesus Cristo, o Enviado de Deus, é um filho especial de Deus, o Pai, o único Ser Incontingente de são Tomás de Aquino, ou a Causa Primária e Inteligência Suprema dos espíritas (Pergunta nº 1 do "O Livro dos Espíritos", de Kardec). Há uma grande diferença entre Jesus e nós. Mas entre Ele e Deus há um abismo, como já o dizia Ário, o grande teólogo não mitológico do alvorecer do cristianismo. É que a superioridade de Deus sobre Jesus é infinita. "O Pai é maior do que eu" (João 14,28